segunda-feira, 4 de julho de 2011

Uma Voz Sofredora

MORGILLI - Primavera em Veneza

Era Primavera e nas ruas de Veneza os casais passeavam alegres e apaixonados, as crianças brincavam e os passarinhos cantavam. Era tudo perfeito lá fora.
- Como seria bom ter alguém do meu lado - pensava Diana enquanto olhava pela janela. - Como seria bom que um príncipe encantado me pudesse salvar desta casa escura, onde a minha madrasta me prende...
Diana tinha dezassete anos e havia cinco anos que estava presa naquela casa. Presa não apenas fisicamente, pois o seu interior, apesar de sonhador, estava também preso àquela casa.
Eram três horas da manhã. A madrasta dormia. Diana estava deitada nas sua cama a pensar, quando... uma pedra bateu no vidro da janela. Diana levantou-se e abriu-a.
- Olá, Princesa! Está na hora de regressares ao teu castelo - disse um rapaz com um grande sorriso.
Era um rapaz alto, loiro e de olhos verdes. Chamava-se Martim e era um verdadeiro Príncipe. Este apaixonara-se pela voz de Diana, que cantava todos os dias para afastar a solidão.
A história de Diana já era conhecida naquela zona. Martim ficara sensibilizado e fascinado com a força e coragem daquela pobre rapariga e decidira que ela não podia sofrer mais.
- Não entendo. Por que me falas assim se não me conheces? - perguntou ela, indignada.
- Conheço tua  voz e chega-me. Uma rapariga com uma voz como a tua não pode sofrer mais. Vem comigo, Princesa! Sai deste inferno e vem comigo para o Paraíso - disse Martim, com os olhos a brilhar.
- Como são belas as tuas palavras, meu Príncipe!
Diana fez, então, com os lençóis da cama uma corda e desceu pela janela. Martim pegou nela, colocou-a no seu cavalo branco e beijou-a na testa.
- Agora, minha Princesa, vais poder ser feliz.

Susana António 8.º C, N.º 18

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