domingo, 16 de janeiro de 2011

O Caldo de Pedra (recriação livre do conto)

Na Primavera de 2007, na vila de Santa Faia, o frade António andava ao peditório. O frade António era gordo, careca e muito astuto. Chegou à porta do carpinteiro Manel, que era muito resmungão e impertinente. Na verdade, ninguém da sua vila conseguia aturá-lo. António, que estava esfomeado, pediu-lhe comida mas esta não lhe foi oferecida. Perante tal recusa, disse:
- Vou fazer um caldinho de pedra.
Pegou então numa pedra que estava no chão e limpou-a. O carpinteiro Manel começou a rir daquela barbaridade e António perguntou-lhe:
- Então? Nunca comeu um caldinho de pedra?! Nem sabe o que perde.
- Ah! Ah! Ah! Quero ver isso!
Foi o que António quis ouvir. E, depois de ter lavado a pedra, disse:
- Se me emprestasse uma panela é que era!
O Manel deu-lhe a tal panela. O frade encheu-a então com água e colocou a pedra lá dentro.
- Se me deixasse pôr a panela ao lume...
E assim foi. Quando a panela começou a chiar, disse António:
- Com uma "beca" de azeite é que isto se comia.
E lá foi o Manel buscar a garrafa de azeite... A panela fervia, fervia, fervia, e o carpinteiro espantado no que via...
- Está um pouco insosso. Com umas pedrinhas de sal é que se comia - disse o frade, depois de provar o caldo.
E lá foi o Manel buscar o saquinho de sal.
Toino temperou o caldo, provou e a seguir perguntou:
- Não tem umas folhinhas de couve para juntar ao caldo?
E lá foi o Manel. Saltou para o canteiro do vizinho e de lá trouxe um braçado de couves.
- Aqui tem. Não precisa de mais nada? - perguntou o carpinteiro.
- Já que pergunta, um bocado de chouriça é que cairia bem neste caldinho.
E lá foi o Manel buscar uma chouriça que se encontrava no seu frigorífico.
António colocou-a na panela e, enquanto tudo se cozia, tirou uma fatia de pão do seu bolso e preparou-se para comer e chorar por mais. Depois da panela vazia e vendo-se a pedra no fundo, perguntou o Manel:
- Ó frade, e a pedra?
De barriga cheia e com um olhar que espelhava o seu contentamento, António respondeu:
- A pedra? Ah! Ah! Ah! Lavo-a e levo-a comigo para enganar o próximo.

Pedro Piteira & Rute Marques
8.º C

2 comentários:

Anónimo disse...

A perfeição não existe ,ninguém consegue ter beleza e valores intlectuais e emocionais,níngúem consegue ter tudo na vida.
Se bem que devemos ser perfeccionistas,não para alcançar a perfeição concretamente,mas para darmos o nosso melhor em todas as circunstâncias e aproveitar todas as oportunidades que nos forem dadas.
É certo que todos dentro de nós temos dois lados:o lado das qualidades e o lado dos defeitos.
Nunca seremos perfeitos!

Francisco Nunes 8ºB Nº9

Francisco disse...

Peço- vos desculpa não era para o vosso texto era para o momento de escrita