Olá!!! A professora Alexandra Gonçalves acabou de se inscrever no vosso blogue!!!!
Participem também!!! Ao trabalho 8ºs!!!!
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Luísa Ducla SoaresIlustração: Ana Cristina Inácio
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Provérbios
Completa os seguintes provérbios:
1. Em terra de cegos quem tem um olho é _________________.
2. Quem canta seus __________________ espanta.
3. Mais depressa se apanha um __________________ do que um coxo.
4. Cesteiro que faz um cesto faz __________________.
5. Cada terra com seu uso, cada roca com seu _________________.
1. Em terra de cegos quem tem um olho é _________________.
2. Quem canta seus __________________ espanta.
3. Mais depressa se apanha um __________________ do que um coxo.
4. Cesteiro que faz um cesto faz __________________.
5. Cada terra com seu uso, cada roca com seu _________________.
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Breve História do Conto Popular Português
Um dos primeiros pedidos que a criança, em idade de verbalizar e perceber o real, faz ao seu círculo familiar e educacional, é a expressão quase universal: "Conta-me uma história".
E acontece que, desde a noite dos tempos, os Homens contam. Sem recorrer à escrita, mas transmitindo, de boca em boca, histórias cheias de aventuras, de personagens simples e coisas maravilhosas. Estas histórias, que constituem o "tesouro dos contos" e que se encontram em todas as culturas e sob formas diversas, tornam-se para nós a nossa memória colectiva, exprimindo-se pela sua originalidade e também pela universalidade das nossas culturas nacionais.
Tempos houve em que esta memória colectiva era transportada por homens e mulheres cuja espécie está em vias de extinção na maior parte dos povos: os contadores de histórias.
Devido a factores culturais e sociológicos, o contador popular, muitas vezes iletrado, tornou-se uma espécie de personagem mítica e longínqua.
Contudo, reconhece-se que há uma dezena de anos para cá assiste-se ao nascimento de uma nova geração de contadores que retomam o tesouro do passado, o enriquecem, o renovam e levam os contos um pouco por todo o lado. A salvaguarda dos Contos Populares, e por conseguinte da memória de um povo, está também ligada à escola, à criança, àqueles que cresceram com eles, aos educadores e professores, tornando-se assim os guardiões do tempo, os contadores de histórias de hoje.
É verdade que as crianças de hoje vivem num mundo que em nada se parece com o mundo dos Contos Populares, um mundo de uma sociedade antiga e rural. E a primeira virtude dos Contos Populares é a de fazer com que a criança mergulhe de novo numa cultura esquecida e perdida.
Os verdadeiros contos são anónimos, de origem longínqua e difícil de temporizar. Classificam-se como sendo uma pequena narrativa simples que não entra em pormenores e reduz ao máximo a acção, o tempo e o espaço.
Passados de geração em geração por via oral, os Contos Populares fornecem uma explicação do mundo, são a expressão de terrores e esperanças mais profundos, são uma escola de sabedoria, uma essência primordial em que cada povo foi depositando os seus medos, as suas angústias, os seus protestos, a sua crença num mundo melhor.
A sua oralidade levou a que existissem versões diferentes de um mesmo conto. Porém o essencial do conto mantém-se inalterável.
Os Contos Populares tiveram os seus admiradores intelectuais que a eles se dedicaram numa investigação exaustiva e posteriormente a edição em colectâneas.
O primeiro que provavelmente se interessou foi Gonçalo Trancoso, que em 1575 reuniu textos da tradição oral e textos de origem erudita, chamados Histórias de Proveito e Exemplo.
É de lembrar, ainda, a colecção de romances populares elaborados por Almeida Garrett.
Em finais do século XIX, o interesse pelo conto popular cresce e assiste-se à preparação de grandes colecções de tradições populares recolhidas directamente da oralidade do povo.
Assim destacam-se Adolfo Coelho com Contos Populares Portugueses, em 1897; Teófilo Braga com Contos Tradicionais do Povo Português, em 1883; Consiglieri Pedroso com Contos Populares Portugueses, em 1910. Também, em 1987, Ana de Castro Osório editou um livro intitulado Para Crianças.
Actualmente verifica-se um maior interesse, por parte de alguns autores, na compilação e reedição de contos populares.
Assiste-se assim ao avivar da memória e tesouro popular de um povo, que afinal é nosso, e que caracteriza a nossa História e acentua a nossa cultura. Memória que é necessário salvaguardar, transmitindo-a às crianças e tesouro que se descobre de novo; conquistamo-lo e nunca mais o queremos perder.
Fonte:
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Casamento
Casei um cigarro
com uma cigarra,
fizeram os dois
tremenda algazarra
porque o cigarro
não sabe cantar
e a cigarra
detesta fumar.
com uma cigarra,
fizeram os dois
tremenda algazarra
porque o cigarro
não sabe cantar
e a cigarra
detesta fumar.
Não digam que errei
(mania antipática!)
só cumpri a lei
que manda a gramática.
(mania antipática!)
só cumpri a lei
que manda a gramática.
Luísa Ducla Soares
Há nomes que, aparentemente, são o masculino e o feminino um do outro, mas designam realidades diferentes.
Exemplos: o banho - a banha; o porto - a porta; o cigarro - a cigarra; o cavalo - a cavala.
Exemplos: o banho - a banha; o porto - a porta; o cigarro - a cigarra; o cavalo - a cavala.
Classe dos Nomes
Tipos e Formas de Frase
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
O soldado que foi para o Céu
Ia uma vez um soldado para casa com baixa; quando ao passar por uma ponte encontrou um pobre de pedir, que não tinha dinheiro para pagar a passagem e estava ali parado. Ora o soldado nunca tinha feito bem a ninguém; mas naquele instante teve pena do velhinho e carregou com ele às costas e passou a ponte. O soldado não pagou nada porque ia às costas do soldado. Logo que chegou ao outro lado, pôs o velho no chão, e ia despedir-se dele, quando o pobre lhe disse:
− Camarada, peça alguma coisa, que o que eu quero é agradecer-lhe.
− Ora o que lhe hei-de eu pedir?
− Peça tudo o que quiser.
O soldado pediu: Que todas as vezes que disser: "Salta aqui à minha mochilinha!" nenhuma coisa deixe de obedecer à minha ordem. E que onde quer que eu assente ninguém me possa mandar levantar.
O velho disse-lhe que estava concedido. Foi-se o soldado muito contente para casa e nunca mais trabalhou, e viveu bem, sem lhe faltar nada. Se queria pão, carne, vinho, dinheiro, dizia: "Salta aqui à minha mochilinha", e tinha logo tudo o que era preciso. Veio o tempo e o soldado estava para morrer; os Diabos vieram logo para lhe levarem a alma, mas o soldado viu-os e gritou: "Saltem aqui já à minha mochilinha!". Os Diabos não tiveram remédio senão obedecer; ele assim que os apanhou dentro da mochila mandou-a a casa do ferreiro para que lhe malhasse em cima até os deixar em estilhas. Por fim o soldado morreu, e como tinha passado sempre na má vida, foi parar ao Inferno. Os Diabos assim que o lá viram começaram a gritar:
− Fecha portas e postigos, senão seremos aqui todos batidos.
E aferrolharam as portas, e o soldado não pôde entrar para lá; foi então bater às portas do Céu. São Pedro assim que o viu, disse-lhe:
− Vens enganado! Não entras cá. Não te lembras da má vida que levaste?
Responde-lhe o soldado:
− Ó Senhor São Pedro! no Inferno não me quiseram. Eu agora para onde hei-de ir?
− Arranja-te lá como puderes.
O soldado viu meia porta do Céu aberta, e pega no barrete e atira-o lá para dentro, e disse:
− Ó Senhor São Pedro, deixe-me ir apanhar o barrete.
O soldado viu meia porta do Céu aberta, e pega no barrete e atira-o lá para dentro, e disse:
− Ó Senhor São Pedro, deixe-me ir apanhar o barrete.
São Pedro deixou; mas o soldado assim que o viu dentro do portal, sentou-se logo na cadeira dele. São Pedro quis mandá-lo sair mas não pôde e foi dali à pressa queixar-se a Nosso Senhor, que lhe disse:
− Deixa-o entrar Pedro, não tens outro remédio, porque assim lhe estava prometido.
E o soldado sempre ficou no Céu.
− Camarada, peça alguma coisa, que o que eu quero é agradecer-lhe.
− Ora o que lhe hei-de eu pedir?
− Peça tudo o que quiser.
O soldado pediu: Que todas as vezes que disser: "Salta aqui à minha mochilinha!" nenhuma coisa deixe de obedecer à minha ordem. E que onde quer que eu assente ninguém me possa mandar levantar.
O velho disse-lhe que estava concedido. Foi-se o soldado muito contente para casa e nunca mais trabalhou, e viveu bem, sem lhe faltar nada. Se queria pão, carne, vinho, dinheiro, dizia: "Salta aqui à minha mochilinha", e tinha logo tudo o que era preciso. Veio o tempo e o soldado estava para morrer; os Diabos vieram logo para lhe levarem a alma, mas o soldado viu-os e gritou: "Saltem aqui já à minha mochilinha!". Os Diabos não tiveram remédio senão obedecer; ele assim que os apanhou dentro da mochila mandou-a a casa do ferreiro para que lhe malhasse em cima até os deixar em estilhas. Por fim o soldado morreu, e como tinha passado sempre na má vida, foi parar ao Inferno. Os Diabos assim que o lá viram começaram a gritar:
− Fecha portas e postigos, senão seremos aqui todos batidos.
E aferrolharam as portas, e o soldado não pôde entrar para lá; foi então bater às portas do Céu. São Pedro assim que o viu, disse-lhe:
− Vens enganado! Não entras cá. Não te lembras da má vida que levaste?
Responde-lhe o soldado:
− Ó Senhor São Pedro! no Inferno não me quiseram. Eu agora para onde hei-de ir?
− Arranja-te lá como puderes.
O soldado viu meia porta do Céu aberta, e pega no barrete e atira-o lá para dentro, e disse:
− Ó Senhor São Pedro, deixe-me ir apanhar o barrete.
O soldado viu meia porta do Céu aberta, e pega no barrete e atira-o lá para dentro, e disse:
− Ó Senhor São Pedro, deixe-me ir apanhar o barrete.
São Pedro deixou; mas o soldado assim que o viu dentro do portal, sentou-se logo na cadeira dele. São Pedro quis mandá-lo sair mas não pôde e foi dali à pressa queixar-se a Nosso Senhor, que lhe disse:
− Deixa-o entrar Pedro, não tens outro remédio, porque assim lhe estava prometido.
E o soldado sempre ficou no Céu.
Teófilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Português
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